Rogério Greco-Secretário de Segurança Pública de MG

Rogério Greco: “Nunca vi vagabundo se submeter a psicotécnico” Desmistificando um dos maiores mitos construídos ao longo dos últimos 20 anos, Minas Gerais está mostrando para todo o Brasil que é possível armar a população e, ao mesmo tempo, reduzir os índices de criminalidade. O secretário de Justiça e Segurança Pública de Minas Gerais (Sejusp-MG), Rogério Greco, é categórico ao defender a posse e porte de armas de fogo. Greco também foi Procurador de Justiça do Ministério Público de Minas Gerais durante 30 anos. Ele acumula passagens por diferentes instituições internacionais na área do direito penal e tem formação em combate ao crime organizado transnacional e redes ilícitas nas Américas. Além disso, também é instrutor de tiro prático. Sobre o crescimento do mercado de tiro, de clubes, o secretário reforça: é 100% armamentista. “Na minha experiência como promotor de justiça, de promotor de Juri, durante toda minha carreira, não me lembro de ter feito cinco juris com armas registradas. A criminalidade é praticada com armas ilegais. Dificilmente uma pessoa que tenha o registro da sua arma, que passa por todo aquele processo para adquirir seu armamento, vai praticar um crime. Se ela vai praticar? Claro, da mesma forma que com uma faca, cabo de vassoura, jarro de vidro, então não é a arma de fogo. Nunca vi vagabundo se submeter a psicotécnico. Então, 99,9% das armas usadas na criminalidade são ilegais”, explica. Rogério Greco diz que quem tem arma, pede a Deus para nunca usar, mas se algum dia for necessário, é muito melhor tê-la em mãos. “Aquele discurso da mídia, que se as pessoas andassem armadas na rua seria um faroeste, isso não existe, é uma palhaçada, uma desinformação. Isso foi um mito criado nos últimos 20 anos, dizendo que arma de fogo é perigosa, que aumenta a criminalidade, que aumenta a violência, isso é uma balela, isso não existe”, enfatiza o secretário. Prova disso, é que Minas tem reduzido os seus índices de crimes violentos. Segundo o secretário, nos últimos cinco meses, o estado atingiu os menores índices dos últimos 20 anos. “Estamos chegando a níveis europeus de cerca de 10 homicídios para cada 100 mil habitantes. Isso é fruto de um trabalho conjunto, um trabalho integrado de todas as polícias. Elas atuam como coirmãs. Isso tem que ser sempre, uma polícia ajudando a outra, acabando aquele ranço antigo, que se tinha dentro da atividade. Isso, graças a Deus acabou”, afirmou. Greco ainda reforça que as pessoas precisam perder o medo de comprar o armamento. Falar que o armamento aumenta a violência e a criminalidade, isso é mito. Nos países onde existe ditadura, a população é desarmada, subjugada.”, pontua. ICMS zero para compra de arma de fogo Sobre o alto impacto de impostos para a compra de armas de fogo, principalmente o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (ICMS). Questionado se há algum trabalho em Minas para a redução desse imposto, o secretário Rogério Greco, deu uma boa notícia para os agentes da força de segurança. “Há um projeto de lei aprovado em dois turnos na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, isentando o ICMS para as forças de segurança. Inclusive, com possibilidade de desconto de pagamento de armas e munições. A possibilidade de sancionar é grande e isso será um avanço extraordinário. O Policial necessita de um armamento de qualidade, pois é uma ferramenta de trabalho. Muitas vezes, o treinamento fica inviabilizado, pois não consegue treinar com frequência e precisamos de um policial bem preparado”, anunciou. Greco diz que a quantidade de competições internas para policiais cresceu ainda mais após a aprovação da medida. “Muitas vezes, temos a arma acautelada, mas não é a arma que temos gosto para manusear. Então, será um diferencial também para a polícia penal e para os agentes socioeducativos”, ressalta. O secretário relata que é a favor de guardas municipais ficarem armados. Ele ressalta que é inadmissível alguém trabalhar com segurança pública desarmado. “É uma covardia”. De acordo com Rogério, todas as armas e munições apreendidas em ações policiais são vistoriadas e, se estiverem em boas condições, são incorporadas para as forças de segurança. Já as ruins, são destruídas. “Dá para recuperar coisa boa, inclusive munições, 5.56. Isso dá um baque na criminalidade”, ressalta. Diálogo com clubes de tiro Outro trabalho do secretário é em relação ao relacionamento com clubes de tiros que têm se expandido pelo estado. Ele afirma que tem realizado encontros com os representantes dos espaços. “O que temos feito é estreitar o relacionamento com os clubes de tiro e eu propus que criassem uma associação de clubes, para terem mais forças e levar as demandas. Em BH e em Minas, há um crescimento significativo de clubes de tiro. Estão se aperfeiçoando, não é aquela coisa meia boca, com ambientes ruins. Hoje em dia, são ambientes de família e de diversão, um local de confraternização”, elogia Greco. O próprio secretário, que é um CAC, afirma que tem uma coleção de aproximadamente 12 armas, incluindo uma HK 40, e consegue treinar e instruir no AT com frequência.